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14 de maio de 2013

O método da contabilidade de Deus



Por  Martin Lloyd-Jones
Não pensem em termos de direitos e barganhas no reino de Deus. Isso é absolutamente fatal. Não há nada mais errado do que o espírito que argumenta que, por­que eu faço isto, ou porque eu fiz aquilo, tenho o direito de esperar algo em troca.
Em outras palavras, precisamos compreen­der que não temos direito a coisa nenhuma. “Mas”, alguém dirá, “Paulo não ensina sobre julgamento e recompensas na Segunda Epístola aos Coríntios, no capítulo cinco?” Certamente, e o faz também no terceiro capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios, e o próprio Senhor, no capítulo doze de Lucas, fala sobre aqueles que recebem muitas chicotadas e os que recebem poucas, e assim por diante. O que isso nos diz, então? A resposta é que até mesmo as recompensas são pela graça. Ele não precisa dá-las, e se acham que podem determinar ou predizer com elas devem vir, estão errados.  Tudo na vida cristã é pela. graça, do começo ao fim. Pensar em termos de barganha, e resmungar por causa dos resultados, revela desconfiança dEle, e precisamos vigiar nosso próprio espírito  para que não abriguemos o pensamento de que Ele não está nos tratando de maneira justa.
Não mante­nham um balanço ou registro do seu trabalho. Desistam dessa contabilidade. Na vida cristã nada devemos desejar além da Sua glória, nada além de agradar a Ele. Então, não fiquem de olho no relógio, mantenham seus olhos nEle e na Sua obra. Não fiquem registrando seu próprio trabalho, mantenham seus olhos nEle e em Sua glória, em Seu amor e em Sua honra e na expansão do Seu reino. Mantenham sua atenção nisso e em nada mais. Não se preo­cupem com quantas horas dedicou ao trabalho, nem com o que vocês fizeram. Deixem a contabilidade aos cuidados dEle e da Sua graça; deixem que Ele mantenha o registro. Ouçam o que Ele diz a esse respeito: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. É assim que devem trabalhar no Seu reino, devem traba­lhar de tal forma que sua mão esquerda nem saiba o que a direita está fazendo. Por esta razão: “Teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”. Não há necessidade de perder tempo mantendo um balanço: Ele está fazendo isso. E a contabilidade dEle é maravilhosa! Digo isso com reverência, não conheço nada mais romântico do que o método de contabilidade de Deus. Pre­parem-se para surpresas no Seu reino. Vocês jamais saberão o que vai acontecer. Os últimos serão os primeiros. Que inversão total da nossa perspectiva materialista — os últimos, primeiro; os primeiros, por último, tudo de cabeça para baixo. O mundo todo foi virado de cabeça para baixo pela graça. Não é do homem, é de Deus, é o reino de Deus. Que coisa esplêndida!
Quero fazer uma confissão pessoal. Esse tipo de coisa acon­teceu muitas vezes comigo em meu ministério. Às vezes Deus foi gracioso num domingo, e tive consciência de uma extraordinária liberdade, e fui tolo o suficiente para dar ouvidos ao diabo quando ele disse: “Espere só até o próximo domingo, vai ser maravilhoso, a congregação vai ser ainda maior”. E então subi ao púlpito no domingo seguinte, e vi uma congregação menor. Mas então, numa outra ocasião, parado naquele mesmo púlpito, batalhei como se estivesse ali sozinho, pregando de forma fraca e ineficaz, e o diabo veio e disse: “Não vai haver ninguém aqui no próximo domingo”. Mas, graças a Deus, descobri no domingo seguinte uma congrega­ção maior. Este é o método da contabilidade de Deus. Nunca sabemos. Subo ao púlpito em fraqueza, e termino com poder. Subo com auto-confiança e acabo me sentindo um tolo. É a contabili­dade de Deus. Ele nos conhece muito melhor do que nós conhe­cemos a nós mesmos. E está sempre nos surpreendendo. Nunca se sabe o que Ele vai fazer. Sua contabilidade é a coisa mais romântica que conheço neste mundo.
Nosso Senhor falou disso novamente na terceira parábola do capítulo 25 do Evangelho de Mateus. Lembrem-se da Sua descri­ção das pessoas que vão chegar ao fim do mundo esperando uma recompensa, mas a quem Ele não vai dar nada, e então outros a quem Ele dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado”. E eles dirão: “Nós nada fizemos; quando Te vimos nu, e faminto, ou sedento, e Te atendemos?” E ele dirá: “Quando os fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Que surpresa isso vai ser. Esta vida é cheia de romance. Nosso livro-razão está ultrapassado; ele não tem valor. Estamos no reino de Deus, é a contabilidade de Deus. É tudo pela graça.
Isso então nos traz ao último princípio, qual seja, que não só devemos reconhecer que é tudo pela graça, mas nos regozijar por ser assim. Essa era a tragédia desses homens. Eles viram que aque­les que trabalharam apenas uma hora receberam um dinheiro, e em vez de se regozijarem com aquilo, começaram a murmurar e a reclamar, sentindo que não era justo, que não tinham sido tratados com equidade. O segredo de uma vida cristã feliz é compreender que é tudo pela graça, e regozijar-se nesse fato. “Assim também vós”, diz o Senhor numa outra passagem, “quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: somos servos inúteis, porque fize­mos somente o que devíamos fazer”. Esse é o Seu ponto de vista, esse é o Seu ensino, esse é o segredo de tudo. Não era esse o Seu modo?
Era, de acordo com o apóstolo Paulo, que disse: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Vocês entendem o que isso significa. Ele não olhou para Si mesmo, Ele não pensou em Si mesmo e nos Seus interesses;  Ele deixou de lado Sua reputação, deixou de lado as insígnias da Sua eterna glória. Ele não considerou Sua igualdade com Deus algo a que devesse se agarrar, dizendo: “Aconteça o que acontecer, não vou largar”. Ele não fez isso. Ele o deixou de lado, Ele Se humilhou, esqueceu-Se de Si mesmo, e enfrentou e suportou e fez tudo o que fez olhando somente para a glória de Deus. Nada mais impor­tava para Ele, apenas que o Pai fosse glorificado, e que homens e mulheres viessem ao Pai. Esse é o segredo. Sem olhar para o relógio, sem avaliar a quantidade de trabalho, sem manter um balanço, mas esquecendo tudo exceto a glória de Deus, o privi­légio de ser chamado para trabalhar para Ele, o privilégio de ser um cristão, lembrando somente da graça que olhou para nós e nos removeu das trevas para a luz.
É graça no princípio, é graça no fim. Portanto, quando nós estivermos em nosso leito de morte, o que deve nos consolar e ajudar e fortalecer ali é a mesma coisa que nos ajudou no começo. Não o que fomos, não o que fizemos, mas a graça de Deus em Jesus Cristo nosso Senhor. A vida cristã começa pela graça, deve continuar pela graça, e terminar na graça. Graça, maravilhosa graça. “Pela graça de Deus sou o que sou”. “Todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”.

Trechos selecionados do livro Depressão Espiritual, de Martyn Lloyd-Jones
Fonte: iProdigo

19 de dezembro de 2012

Chorando com os que choram



Por Joey Newton
A igreja que eu pastoreio fica a menos de cinco quilômetros do local do massacre da última Sexta-Feira, onde 26 pessoas foram assassinadas. Certamente esse evento irá, de certa forma, definir e moldar a vida espiritual da comunidade pelas próximas décadas. Eu sei que afetará profundamente a minha família; muitos dos que foram mortos tinham a mesma idade que uma das minhas três filhas.
Eu passei a última Sexta no centro de aconselhamento que a cidade organizou, onde as famílias se reuniram a espera de notícias sobre seus filhos, ou saber se havia novas informações. Em certo momento, um oficial veio e comunicou – da melhor forma que ele conseguiu – que se os filhos de alguém ainda não tivessem sido encontrados, certamente estariam entre os que faleceram. Todo aquele dia foi, compreensivelmente, um dia de choro. Tudo o que eu pude fazer foi aproveitar qualquer oportunidade que houvesse para ministrar um pouco de graça às vidas daquelas pessoas.
“Chorar com os que choram” foi o primeiro e mais óbvio mandamento bíblico a se aplicar. E não difícil fazê-lo. Foi um evento trágico, e eu sou incapaz de imaginar a dor de perder um filho, de acordar no dia seguinte e ver uma cama vazia que jamais seria usada novamente. Pelos os que sofreram perdas e não são cristãos, eu orei para que Deus se revelasse a eles, e os levassem a Cristo. Pelos que já conhecem o Senhor, eu busquei encorajá-los a se lembrarem que Deus ainda está em seu trono e que isso – por mais difícil que seja de imaginar – é parte de Sua vontade. Há um bem no fim desse mal inimaginável. Talvez alguns sejam levados a Cristo por meio dessa provação. Talvez alguns crentes serão encorajados a confiarem mais em Deus, e viverem para ele mais fielmente. Nós não sabemos que bem é esse, mas sabemos que a palavra de Deus promete àqueles que foram chamados por Deus que todas as coisas cooperam para seu bem espiritual e a glória eterna dEle.
O rei Davi entendeu essa verdade quando seu filho morreu. Ele foi confortado pelo conhecimento de que seu filho não voltaria para ele, mas que ele se encontraria com seu filho quando ele mesmo morresse, e estaria na presença do Senhor.
O desafio, nessa provação, é, claro, encontrar conforto na soberania de Deus e na realidade da graça; não é minimizar o sofrimento, mas dar esperança e brilhar a luz da glória suprema de Deus por meio dela. Por meio da graça de Deus, Ele dá aos crentes a habilidade de olhar além da perda chocante e da maldade hedionda do pecado e, com o tempo, começar a vislumbrar Seus propósitos gloriosos.
Mas agora, exatamente agora, estamos lidando com o fato de que esse foi um ato absurdamente maligno. Esses assassinatos nos mostram a maldade do homem e a depravação do coração humano. Todos nós temos essa capacidade para o mal nós – nós todos não cometemos esse tipo de crime hediondo, mas a realidade do pecado está em cada um. E é isso que leva à glória da cruz. Há um salvador que carregou a culpa da lei que a maldade de nossos corações merecia. Há um salvador que é maior que esse ato terrível. Nesse sentido, quanto maior o pecado, mais gloriosa é a cruz. Tanto é que na maior das tragédias – o assassinato de Jesus – Deus estava trabalhando sua graça, com o objetivo de ela fosse conhecida por nós.
É preciso notar que esse tipo de pecado e perdas imensas não estão ausentes das páginas da Escritura. Jó teve sua família assassinada pelo diabo, e respondeu com um coração de fé: “o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” E a fé de Jó na mão soberana de Deus deve ser a nossa fé nesse momento.
Ao mesmo tempo, nós podemos lembrar que Jó questionou “por que?”, como somos também inclinados a questionar. Devemos entender, entretanto, que Deus nunca respondeu esse questionamento de Jó, nem permitiu que Jó questionasse sua sabedoria. Pelo contrário, Deus simplesmente apontou Jó para seu caráter, soberania e sabedoria gloriosos. E Jó encontrou um lugar de bênção quando descansou nisso. Essa bênção veio por descansar nos propósitos gloriosos de Deus. Penso que queremos respostas, mas Deus não nos dará todas. Ao invés disso, ele rebela seu caráter e sua glória. E isso é fé – descansar na mão soberana de Deus. Sem saber o porquê, mas sabendo no que se apoiar, em meio a perdas. Deus não responde nossas perguntas; ELE é a nossa resposta.
No sofrimento, o propósito de Deus é nos levar a Ele e à suficiência em Cristo. Deus apontou Jó para sua glória revelada na criação, mas nós temos muito mais. Jó não sabia sobre a cruz onde Deus revelaria sua glória, graça e caráter de uma forma que nunca havia sido revelada. Ele esmagou seu filho pelos pecadores. Ele demonstrou seu amor em, enquanto nós éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. A vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo é a revelação suprema do caráter de Deus. A morte não é o fim da história para aqueles que se voltam para Cristo, mas sim a vida eterna no Filho.
É por isso que, ao final de cada dia, mas especialmente na última Sexta-Feira, nós oramos para que Deus aponte as pessoas para a cruz de Cristo. Que nesse crime terrível que coloca as consequências horríveis do pecado e da morte a nossa frente, que a gloriosa mensagem da vida de Cristo seja proclamada por seu povo, para que assim, contra a escuridão dessa maldade, a luz de Cristo brilhe mais intensamente.

Traduzido por Filipe Schulz / Original aqui
Fonte:  iPródigo.com 

30 de agosto de 2012

15 razões porque o maior sofrimento é melhor que o menor pecado.



Por  David Murray

Você tem uma escolha.
Opção 1: O menor pecado imaginável, um pecado que lhe traria enorme riqueza e outros prazeres materiais.
Opção 2: O maior sofrimento que se possa imaginar por rejeitar esse pequeno pecado.
Sua escolha, por favor. Ou talvez você queira ler isso antes.
Em seu sermão sobre a escolha de Moisés por Cristo ao invés dos prazeres do Egito  (Hebreus 11.25), o puritano Thomas Manton argumenta que o cristão saudável irá escolher a maior aflição em vez do menor pecado. Ele, então, dá uma série de razões “porque a maior aflição é melhor do que o menor pecado”.
1. No sofrimento a ofensa é feita a nós, mas ao pecar a ofensa é contra Deus, e que somos nós comparados a Deus?
2. O pecado nos separa de Deus, mas o sofrimento e aflição não, e, portanto a maior aflição deve para ser escolhida diante do menor pecado.
3. O pecado é o mal em si, quer o sintamos ou não, mas a aflição só é má para nossos sentidos e sentimentos.
4. A aflição traz inconvenientes somente sobre o corpo e as preocupações do corpo, mas o pecado traz inconvenientes sobre a alma.
5. Um estado de aflição é compatível com ser amado por Deus, mas um estado pecaminoso é um sinal do desagrado de Deus.
6. Aflição pode ser bom, mas o pecado nunca é bom.
7. Não há nada que humilhe um homem mais do que o pecado.
8. Aflições vem de Deus, mas o pecado do diabo.
9. A aflição é enviada para impedir o pecado, mas o pecado não deve ser cometido para evitar a aflição.
10. O mal do sofrimento é momentâneo, mas o mal do pecado é para sempre.
11. Nos sofrimentos e perseguições perdemos o favor dos homens, mas pelos pecados perdemos o favor de Deus.
12. Sofrer não é nossa escolha, mas pecar é escolha nossa. Aflições são infligidas, os pecados são cometidos.
13. Um homem aflito pode morrer alegremente, mas um homem em pecado não.
14. O pecado é contrário à nova natureza, mas a aflição é contrária apenas à velha.
15. Quando você deliberadamente escolher o pecado, em pouco tempo terá a maior das aflições.
Ainda quer ficar com a sua escolha?

Fonte: iProdigo

8 de agosto de 2012

Ore como se não pudesse salvar seus filhos, mas eduque como se pudesse.



Erik Raymond
Meus filhos estão crescendo. Isso é permeado por toda sorte de emoções. A vida apresenta novos desafios e circunstâncias. Isso é verdade para quaisquer pais. Mas as coisas são um pouco diferentes para pais cristãos. Realmente cremos que nossos filhos não são cristão apenas porque nós somos. O paraíso não é um direito inalienável como votar aos 16 anos. Nossos filhos realmente têm que se acertar com o Deus do evangelho por eles mesmos.
Isso apresenta uma interessante série de circunstâncias para os pais. Temos uma responsabilidade, ou mesmo um mandato, de criar nossos filhos na “ disciplina e na instrução de Deus” (Efésios 6.4). Entendemos que nesse mesmo livro o  mesmo apóstolo diz que, antes da conversão, todos nós estamos mortos em pecado e que se não fosse o agir sobrenatural de graça e misericórdia de Deus, não seguiríamos a Cristo (Efésios 2.1-8). Então, o que fazer?

A perigosa armadilha

Acho que podemos cair em uma armadilha se não formos cuidadosos e reflexivos. Se você acredita que seus filhos não podem ser convertidos sem depender da ação soberana da graça na vida deles, você pode se tornar complacente em orar por eles e em ativamente evangelizá-los. Podemos começar a pensar que, já que eles não são  crentes, então o que você faz com as Escrituras e o que faz ajoelhado não é útil. Esse tipo de pensamento é tão perigoso quanto antibíblico.
A ordem de educar seus filhos não depende  da  receptividade deles. Pais e mães (especificamente os pais) não têm que pedir para ser o líder, eles já são. Sendo assim, portanto, são responsáveis.
“Espera um pouco…”, alguém pode dizer, “como Deus vai me responsabilizar por algo que eu não tenho competência de realizar por mim mesmo?”. É importante pensar sobre isso.

A verdade motivadora

Você está certo, você não pode salvar seus filhos. Mas Deus nunca chamou você para salvá-los. Você deve pastorear os corações deles com a palavra de Deus (Efésios 6.4; Deuteronômio 4.9; 6.7; 11.19). E você deve levar suas preocupações com a salvação deles ao trono da graça em busca de misericórdia e favor (Hebreus 4.16; 1 Pedro 5.6).  É por isso que você será responsabilizado.
Por favor, pense na horrível lógica de ser preguiçoso considerando que seus filhos não são convertidos e não têm interesse nas coisas da Bíblia. Sua desculpa então é que você é preguiçoso porque Deus é misericordioso e eles são pecadores? A primeira coisa que eu perguntaria a qualquer um dos meus  amigos Reformados é : “o que você está fazendo a esse respeito, pai?”
Então, o que você faz a esse respeito?

Posso resumir em uma frase: Ore como quem não pode salvar seus filhos, mas eduque como se você pudesse.
Não desista de orar por seus filhos. Carregue-os ao trono da graça diariamente enquanto suplica ao soberano e bom Deus do evangelho por misericórdia. E também seja fiel em trazer as Escrituras para o estudo habitual, instrução e aplicação na vida deles. Tenha devocionais em família regularmente. Mas também, não falhe em integrar a glória de Deus em todos os aspectos da vida e pensamentos. Traga a beleza incomparável de Cristo para ser influencia em tudo que for possível.
Esse é um trabalho árduo. É no entanto, o trabalho de fé, o trabalho de dependência e o trabalho de amor. É o trabalho do evangelho. É ser pai cristão. Você crê que Deus é misericordioso, que sua palavra é poderosa, e que ele tem um valor incalculável. Não podemos nos dar ao luxo de nos agarrar a desculpas esfarrapadas e mal concebidas quando falamos de coisa tão importantes como a glória de Deus, nossa responsabilidade diante dele e as almas de nossos filhos.
Então, ao trabalho, no lugar de oração e na mesa da cozinha; fale de Cristo a eles e deles a Cristo!

Traduzido por Carla Ventura 

26 de julho de 2012

Quanto custa ser um homem?


A perda da masculinidade nos nossos dias.

Nas escrituras e em muitas civilizações havia esta noção de que o macho ou era um menino ou era um homem. Não há muitos jovens que gostam de ser chamados de meninos. Então, havendo apenas duas opções, um jovem iria se esforçar para se tornar um homem, pois não quer ser um menino. Mas esta falsa idéia de “modelos evolucionários” trouxe uma terceira categoria: adolescentes.
Então agora quando um garoto atinge a idade de onze, doze anos, ele é chamado de adolescente. E é dito a ele que ele tem que se auto-descobrir, buscar autonomia, ser rebelde, etc.

Mas a bíblia não ensina que exista um período assim. E esta fase é perfeita para o cara preguiçoso, que quer experimentar os privilégios de um homem, mas não quer assumir as responsabilidades de um homem, e continua agindo como um menino, até a idade de trinta anos. A responsabilidade primordial de um homem santo é gerar homens santos. A responsabilidade primordial de um pai é investir sua vida, a todo custo, para criar seus filhos, de maneira que eles cheguem a idade de 17 ou 18 anos e possam assumir o título de homem.
Alguns jovens me perguntam: “Quando eu devo começar a namorar?”. O namoro é algo recente, cultural, que nasceu nos últimos cem anos para cá. É algo recreacional. Você quer sair com uma garota… por que? Porque você quer os privilégios de ter uma parceira ao seu lado mas sem assumir as responsabilidade de ter uma parceira. Então, quando eu posso começar a me relacionar com alguém do sexo oposto? Quando você se tornar um homem.
E o que quer dizer se tornar um homem?
De acordo com as escrituras, em primeiro lugar, é ser capaz de ser o líder espiritual de uma mulher e de uma casa. Antes disso, biblicamente, você não é considerado um homem. Não é apenas ter a capacidade de fazer isto, mas é assumir a responsabilidade, o peso nos seus ombros, de guiar espiritualmente sua família, ensinando e sendo exemplo.

Além disso, você estar pronto para proteger sua família. Não significa ser cheio de músculos, mas ter o caráter forte e necessário para enfrentar as adversidades que batem a porta. Não é obrigação da sua esposa fazer isto. É sua responsabilidade se colocar na porta para que sua mulher nunca tenha que enfrentar os problemas e seus filhos tenham um lugar seguro para crescer e se desenvolver.
Quando um rapaz pode iniciar um relacionamento?
Quando ele pode ser um provedor para aquela pessoa. Por exemplo, se seu pai e sua mãe ainda pagam suas contas, “você não tem o direito” de pensar em alguém do sexo oposto. Apenas porque você atingiu certa idade não quer dizer que pode participar de tudo o que diz respeito a um homem. Você pode ter vinte e um anos e ser ainda um menino. A bíblia sempre trata com homens: “e por esta razão o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir a mulher”.

Esta idéia de namoro recreacional, “estou com ela porque gosto dela”, não existe na bíblia, nem mesmo nas culturas dos povos, exceto na cultura moderna ocidental. Os cristãos tem pelo menos cinco relacionamentos antes de se casarem, então quando chegam no altar, cinco partes deles estão espalhadas por aí. Eles não são uma pessoa completa. Você não pode entrar em um relacionamento, de qualquer tipo de intimidade, sem deixar uma parte de você mesmo para trás.
Não existe na bíblia a idéia de um garoto, debaixo do teto de seus pais, se alimentando da mesa deles, sustentado por eles, irá sair e se divertir com alguém do sexo oposto. Ela diz que para estar junto com alguém você deve deixar seu pai e sua mãe.
Então, tudo o que conhecemos terá que ser mudado? Exatamente. Mas se você é jovem, você crescerá rápido e se disser: “Eu não posso mais ser um garoto ou brincar com as coisas de garoto, e ao mesmo tempo esperar ter a permissão de participar nos privilégios de homens”.
Pais, é sua principal responsabilidade que quando seus garotos atingirem 18 anos, eles sejam homens. E por que a masculinidade bíblica se perdeu nos dias de hoje? Eu perguntava para um grupo de garotos: “Vocês estão no ensino médio. Vocês já escutaram seus amigos conversando sobre como crescer e se tornar um homem de verdade, desenvolver o meu caráter, ser capaz de tomar conta de mim mesmo, depois encontrar um esposa e criar uma família santa?” Não, eles estão todos brincando com Playstations e coisas assim.
Eu morei em uma tribo no Peru por muitos anos. Lá, quando um garoto tem 14 anos ele pode se casar, porque ele pode construir sua casa, pode fazer uma plantação, pode lutar para defender sua tribo de outras tribos. Mas na nossa cultura, a época do colégio é pura diversão, sem essa noção de “Eu tenho que me tornar um homem”. Depois, vem a universidade, que nada mais é que um colégio com pessoas mais velhas, onde o mesmo espírito permanece:
            “Vamos pra festa! Vamos andar poraí com nossos amigos! Vamos continuar a nos divertir”.
E alguns, quando saem da universidade, continuam:
              “Ótimo, agora eu tenho dinheiro, posso comprar mais Playstations! Posso ter mais hobbies e comprar             brinquedos mais caros”.


E claro, eles querem sexo, então entram em um relacionamento. Mas, mesmo após o casamento, nunca assumem a responsabilidade de seu relacionamento. Pois não sabem que estão casando com uma esposa, acham que estão casando com uma “mãe”, então querem que o tratamento de “mãe” continue.
Os pais tem essa idéia de que quando seus filhos atingem a idade de 12 anos, 11 anos (e a idade continua diminuindo), e começam a pensar sobre o sexo oposto é chegada a hora deles entrarem em relacionamentos. Este não é o sinal de Deus de que seu filho deve entrar em um relacionamento, mas é o sinal de Deus que é hora de começar a trabalhar a sua masculinidade, para que com o tempo ele se torne um homem e possa entrar em um relacionamento. O mesmo vale para as meninas. A idéia de ter garotos e garotas de 12 e 13 anos se relacionando é doente.
O pior erro que você pode cometer é chegar para um de meus garotos e dizer: “Você é jovem, bonito, porque você não arranja umas namoradinhas?”. Eu vou lhe parar no mesmo instante e lhe manter distante dos meus filhos. Jovens garotos devem estar construindo castelos, lutando contra dragões e lendo Crônicas de Narnia.
O que acontece é que quando aquela faísca aparece, não há ninguém para direcioná-lo. Quem lhe ensina sobre isto é a televisão, revistas e outros garotos como você. É gasto muito tempo conversando sobre garotas, e jogos, e passeando por shoppings, e todo aquele tempo que deveria ser usado para desenvolver masculinidade e feminilidade é jogado fora.
Nos anos 60 e 70, nós quisemos dar ouvidos a grupos de feministas e homossexuais que queriam nos ensinar a como criar nossos filhos. Nós deveríamos ter ido nas escrituras, nas veredas antigas, nos caminhos do Senhor.
Houve o tempo em que os homens eram respeitados por colocarem comida na mesa. Agora, isto não é suficiente, você deve colocar dois carrões na garagem. E muitos homens e mulheres estão trabalhando e não é para colocar comida na mesa, é para comprar todos os brinquedos que a sociedade compra, pagar pelos seus hobbies e a crianças são esquecidas.
Sua obrigação não é dar as crianças todas as coisas que você nunca teve, pois foram as coisas que você nunca teve que fez de você o homem que você é hoje, e são estas coisas que você nunca teve e que você dá aos seus filhos que estão transformando-os em inúteis. Não devemos dar as nossas crianças tudo o que não tivemos, devemos dar a elas nós mesmos, um mentor, um pai, um líder.
Verso 19 de Gênesis 3 diz: “Do suor da tua face tu comerás o pão…”. Há tempos atrás, apenas pessoas milionárias viviam em mansões. Mas, na nossa sociedade moderna, achamos que qualquer pessoa que trabalhe meio-período tem o direito de morar em uma casa destas. Achamos que merecemos tudo, e que temos o dever de viver o estilo de vida que os ricos famosos vivem.
Não, não caiam na falsa idéia de que merecemos uma vida fácil, com várias férias, podendo viajar quando bem quisermos, que podemos terminar nosso trabalho no final do dia, trazer comida para casa, depois sentar na poltrona e ficar ali como um tronco de madeira morto, porque você merece. Isto está errado. Você deve viver do suor do seu trabalho. Esta é sua vida como homem. Você tem muitas obrigações a cumprir e pouco tempo para descansar. Sinto muito, isto é masculinidade.
Em suma, devemos acordar bem cedo, ir trabalhar, voltar para casa, e então nosso real trabalho começa. Temos uma esposa em casa para cuidar que precisa de muito mais do que apenas trazermos comida. E temos crianças que precisam ser discipuladas e mentoreadas. Então, desabamos na cama, para acordar no dia seguinte e fazer tudo de novo. Esta é a razão pela qual a mulher deve cuidar da casa e viver para seu marido, pois a vida dele é viver para eles.
Nossa cultura prega que devemos ter uma vida fácil. Quando a queda aconteceu, no jardim, a vida fácil foi embora. Muitos homens trabalham, e eles odeiam isso, e eles ficam com suas famílias apenas suficiente para fazer o mínimo, e então podem fugir de seus trabalhos e de suas famílias para fazer algo que realmente gostem, e suas vidas ficam sempre nestes hobbies, nos esportes, em descansar, e outras coisas.
A única maneira de achar contentamento nesta vida é vendo o seu trabalho e suas responsabilidades nesta terra como ordenanças de Deus e aguardando sua recompensa no céu, realizando o trabalho que lhe é proposto e tirando sua alegria do fato de agradar a Deus ao assumir a responsabilidade de sua masculinidade.
Então não podemos praticar esportes ou descansar? Podemos, mas não tanto quanto gostaríamos, ou tanto quanto meus amigos, que não são casados ou não tem filhos. Existem fases diferentes em nossas vidas. Onde está seu coração? A verdadeira alegria não está em continuar sendo um menino eternamente, apenas com brinquedos mais caros e continuamente sendo cuidado por uma mãe, seja ela sua mãe mesmo ou sua esposa. A alegria e o contentamento vem de assumir sua responsabilidade que lhe foi proposta por Deus, de prover para sua família, e não apenas coisas físicas, pois isso é apenas uma pequena parte da provisão.
A pessoa mais importante na face da terra para um homem deve ser sua esposa.
E vice-versa. Uma terrível ilustração para isto é que, se eu estiver em um barco com minha mulher e meus filhos, e o barco estiver afundando, e apenas eu souber nadar e for capaz de salvar apenas uma pessoa, eu devo salvar minha esposa. Você já deve ter escutado: “Não há amor como o de mãe”, isso é errado, a bíblia fala que não há amor como o amor de um pai.

Você sabe porque tantas mulheres são tão ligadas as seus filhos?
Porque suas necessidades emocionais que deveriam ser supridas por seu marido não o são, então elas buscam esse suporte emocional nos seus filhos. O problema é que as crianças não foram feitas para nutrir emocionalmente os pais. Se o marido amar a esposa mais do que tudo, as crianças olharão e dirão: “Meu pai ama minha mãe mais do que tudo neste mundo. Este lar está seguro como uma rocha, papai não vai a lugar nenhum”. E a filha dirá: “Então é assim que um homem deve tratar uma mulher. Meu pai trata minha mãe como se fosse uma rainha. Eu não irei aceitar nada menos do que isto”.



Tradução e transcrição pela Equipe BC Heart da pregação “What it takes to be a man?”  – porPaul Washer


23 de julho de 2012

Quotes




O que dá sentido à minha jornada — às experiências diárias e
às transições — é Deus. A providência de Deus significa que ele
me dirige e que minha vida não é um amontoado de acidentes.


Trecho do Livro "Espiritualidade na Prática - R. Paul Stevens"

Você quer um amigo amigável (J.C. Ryle)


J.C.Ryle

sermão “Você quer um Amigo”, ponto II, em breve a ser lançado na integra nesse site

II. Você quer um amigo em ações? Tal amigo é O Senhor Jesus Cristo.
 A verdadeira extensão da amizade de um homem pode ser medida por suas ações. Não me fale do que ele diz, e sente, e deseja. Não me fale de suas palavras e letras. Antes, me fale daquilo que ele faz. “Amigável é aquele que amigavelmente age”.
Leitor, as ações do Senhor Jesus Cristo para com o homem são a grande prova de Seu sentimento amigável em relação a ele. Nunca houve tais atos de bondade e autonegação como aqueles que Ele realizou em nosso favor. Ele não nos amou somente em palavras, mas em ação.
Foi por nós que Ele tomou sobre Si nossa natureza, nasceu de uma mulher. Ele, que era totalmente Deus, e igual ao Pai, colocou de lado por um breve tempo a Sua Glória e tomou sobre Si carne e osso como os nossos. O Todo-Poderoso Criador de todas as coisas se tornou um pequeno bebê como qualquer um de nós, e experimentou todas as nossas corpóreas fraquezas e enfermidades, exceto o pecado...
“… sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” (2 Coríntios 8:9).

Por nós Ele viveu trinta e três anos neste mundo mau, desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores, que sabe o que é padecer. Mesmo sendo Rei dos reis, Ele não tinha onde reclinar Sua cabeça. Embora Ele fosse Senhor dos senhores, Ele esteve frequentemente cansado, e faminto, e com sede, e pobre. “Ele tomou sobre Si a forma de servo, e humilhou-Se.” (Filipenses 3:7,8).
 Por nós Ele sofreu a mais dolorosa de todas as mortes, mesmo a morte de cruz. Embora inocente e sem culpa Ele Se permitiu ser condenado, e achado culpado. Ele, que era o Príncipe da Vida, foi levado como um cordeiro ao matadouro e derramou Sua alma na morte. Ele “morreu por nós”. (1 Tessalonicenses 5:10).
Era Ele obrigado a fazer isso? Oh! Não! Ele poderia ter convocado ao Seu auxílio mais que doze legiões de anjos e dispersado Seus inimigos com uma mera palavra. Ele sofreu voluntariamente e por Sua própria livre vontade, fez expiação por nossos pecados.
Ele sabia que nada a não ser o sacrifício de Seu corpo e sangue poderia jamais fazer paz entre homem pecador e um Deus Santo. Ele derramou Sua vida para pagar o preço de nossa redenção. Ele morreu para que nós pudéssemos viver. Ele sofreu para que nós pudéssemos reinar. Ele carregou a vergonha para que pudéssemos receber glória. “Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus;” 
“Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus.” (1 Pedro 3:18; 2 Coríntios 5:21).
Leitor, tal amizade como esta ultrapassa o entendimento humano. De amigos que morreriam por aqueles que os amam, podemos ter ouvido casos assim algumas vezes. Mas quem pode encontrar um homem que daria sua vida por aqueles que o odeiam? Porém, isto foi o que Jesus fez por nós. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8).
Pergunte a todas as tribos na humanidade de uma ponta à outra do mundo e em lugar algum você encontrará uma ação dessas. Jamais houve alguém tão elevado e que tenha descido tão baixo quanto Jesus, o Filho de Deus. Ninguém jamais deu prova tão cara de Sua amizade. Ninguém jamais pagou tanto, e suportou tanto para fazer o bem a outros.
Jamais houve tal amigo em ações como Jesus Cristo!

5 de julho de 2012

Não despreze o dia das pequenas coisas.



Por Eric Raymond
Eu não sei se já passei por alguma situação semelhante àquela. Havia um choro tão alto que as pessoas poderiam ouvir de muito longe. Esse choro era estranho, entretanto, porque era uma mistura de alegria e lamento. Foi, mais ou menos, 2500 anos atrás, na terra de Israel. Os exilados haviam voltado e estavam levantando as bases do novo templo. Os mais velhos clamavam em lamento, pois tinham visto o templo anterior em toda sua glória. O pessoal mais novo, que havia crescido no exílio, estava empolgado e cheio de alegria ao imaginar o novo templo que viria.
O estranho barulho de choro e louvor é o plano de fundo para essa cena épica de Esdras 3, a fundação do novo templo.
Ao mesmo tempo, podemos ler o profeta Zacarias lidando com as atitudes de lamento aqui, assim como o vindouro temor dos homens nos capítulos 4 e 5 de Esdras. Uma das pedradas proféticas que Zacarias traz à festa é uma declaração sobre o que Deus está fazendo e o fato de que o povo não deveria desprezar o dia das pequenas coisas.
“Esta é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos. “Quem você pensa que é, ó montanha majestosa? Diante de Zorobabel você se tornará uma planície. Ele colocará a pedra principal aos gritos de ‘Deus abençoe! Deus abençoe!’” […] “Pois aqueles que desprezaram o dia das pequenas coisas terão grande alegria ao verem a pedra principal nas mãos de Zorobabel”. (Zacarias 4.6-7,10)
O que é menor que um grupo de 40000 exilados retornando a uma terra de ninguém, começando um projeto de trazer de volta um reino?
Que tal um rei nascendo em uma manjedoura, em meio à sujeira e o fedor dos animais? Isso me parece uma coisa muito pequena também.
Não se atreva a desprezá-la.
Há mais. Que tal esse mesmo bebê se tornando homem e pregando a mensagem de um reino que viria, mas sendo pobre, sem-teto e rejeitado? A culminação dessa pregação é fazê-lo entrar para a longa lista de crucificações dos Romanos. Ele era uma coisa pequena para eles. Só mais um rebelde crucificado.
Mas as coisas pequenas se acumulam. Coisas pequenas são ordenadas por um Deus muito grande.
Assim, a mensagem de Zacarias ainda é verdadeira hoje. Ao invés de desprezar e se sentir desencorajado pelo que é pequeno e ordinário, alegre-se! Deus está agindo nessas (e por meio dessas) coisas para Sua própria glória e para a sua eterna alegria.
Aqui estão alguns exemplos:
  • Não despreze as pequenas coisas da oração, pelas quais Deus muda o coração das pessoas.

  • Não despreze as pequenas coisas do serviço na igreja local, pelas quais Deus é glorificado e as pessoas encorajadas.

  • Não despreze as pequenas coisas de trabalhar em um lugar aparentemente insignificante na igreja, como o berçário, nas quais você reflete Cristo em amor e compaixão.

  • Não despreze as pequenas coisas como leitura diária da Bíblia, pelas quais seu coração é transformado pelo poder do Espírito Santo.

  • Não despreze as pequenas coisas da obediência e do sacrifício diários, pelas quais seu coração é treinado e moldado à semelhança do Salvador.

  • Não despreze as pequenas coisas de mortificar o pecado, quando você reage à vitória que Cristo conquistou por você.

  • Não despreze as pequenas coisas como a alegria real no evangelho, que indicam que você está vivo e que Deus está tocando sua alma por Seu Filho.

  • Não despreze as pequenas coisas como não se amargurar e andar no Espírito, nas quais você promove o poder do Evangelho!

  • Não despreze as pequenas coisas como não cobiçar mulheres, pelas quais você continua a buscar a graça de Deus.

  • Não despreze as pequenas coisas como amar, liderar e ensinar diariamente sua esposa, pelas quais você começa a refletir mais claramente o amor de Cristo pela igreja.

  • Não despreze as pequenas coisas como respeitar e submeter-se ao seu marido, pois nessas coisas você demonstra a beleza da submissão de Cristo ao Seu Pai.

  • Não despreze as pequenas coisas como honrar seus pais, pelas quais você demonstra que há um Deus maior que você, cuja autoridade você respeita.

  • Não despreze as pequenas coisas como trabalhar duro no seu emprego ou na sua escola todos os dias, por nessas coisas você mostra que há algo mais profundo, mais poderoso e mais valioso que o valor flutuante e instável do dinheiro.

  • Não despreze as pequenas coisas como falar de Cristo para outras pessoas, pelas quais os não crentes podem chegar a confiar e amar Jesus.

  • Não despreze as pequenas coisas da adoração coorporativa, cantar hinos e ouvir a pregação da Palavra, nas quais há o anúncio do reino e da conquista do nosso Senhor Jesus! E nas quais há um crescimento dos participantes desse reino!

  • Não despreze as pequenas coisas como as pequenas plantações de igrejas, pois é por essas coisas que Deus esvazia o inferno, por meio da pregação do Evangelho!

  • Não despreze o dia das pequenas coisas, mas alegre-se! Alegre-se!


Traduzido por Filipe Schulz 
Fonte:  iPródigo.com

25 de junho de 2012

A maldição do discurso motivacional



Por Conrad Mbewe
No último domingo, um jovem veio falar comigo após o culto. Ele é o tipo de pessoa que aparece na igreja de vez em quando e desaparece por um longo período. Imagino que ele anda pelas igrejas experimentando sermões e procurando por respostas. Nessa visita, ele pediu que eu o ajudasse a superar uma falha em sua vida, e era uma falha em progredir. Ele disse que seu maior problema é que não acreditava em si mesmo. Como eu poderia ajudá-lo a acreditar em si mesmo de tal forma que ele se tornasse bem-sucedido?
Eu perguntei se ele era cristão. Sua resposta foi “Eu realmente preciso a fim de ser bem-sucedido? Você está me dizendo que todas as pessoas bem-sucedidas por aí são cristãs? Não existem princípios gerais que eu possa aplicar a minha vida – quer eu seja cristão ou não – que podem me alavancar ao sucesso?”. Eu o desafiei a responder ele mesmo a essas perguntas. Afinal, eu tinha certeza de que ele tinha já passado bastante tempo entre palestrantes motivacionais para ter a resposta.
“Esse é o problema”, ele disse, “Me ensinaram que esses princípios existem e tentei colocá-los em prática. Eles parecem funcionar por um tempo e então eu volto ao meu antigo eu. Quero que você me ajude a encontrar uma fórmula que me ajudará a seguir adiante e nunca voltar a não acreditar em mim mesmo”. Para encurtar a história, finalmente o persuadi da necessidade de reconciliação com Deus antes que alguém possa libertar-se da rotina de frustração onde Deus acorrenta pecadores irreconciliados.
Eu o entreguei um livro para ler, chamado O que é um Cristão Bíblico? Quando nos encontramos no dia seguinte, ele foi honesto o bastante para me dizer que estava decepcionado com o que leu, pois não o estava ensinando o que ele queria ouvir. “O que eu quero saber é como posso ser bem-sucedido. Esse livro não diz nada sobre isso”. Repeti o que já tinha dito. O que ele precisava não era acreditar em si mesmo, mas crer em um Salvador enviado pelo céu. Ele precisava de perdão como fundamento de sua vida.
Ontem, um membro da igreja me contou que encontrou aquele jovem em um mercado. O rapaz tinha dois livros em suas mãos. O primeiro era aquele que eu o dei e o segundo era um de Joel Osteen. Ele disse a nosso membro: “Pastor Mbewe me deu esse livro, mas eu não gostei porque me faz sentir culpa. Prefiro o do Joel Osteen porque me anima, me motiva”. Fiquei muito preocupado com isso, então decidi apresentar alguns pensamentos sobre a maldição do discurso motivacional.
Infelizmente, o discurso motivacional tornou-se a dieta básica de muitos púlpitos evangélicos. A mensagem ouvida é “Deus te deu potencial e tudo o que você precisa para liberar esse potencial é acreditar em si mesmo. Tenha uma grande visão e viva essa grande visão. Você deve ser um homem ou uma mulher de futuro e o céu será o limite para você. Não deixe que seus fracassos passados obstruam seu caminho para o sucesso. Olhe além deles, como Jesus olhou além da cruz e, portanto, a superou. Você é cabeça, não cauda”.
À luz dos excessos do discurso motivacional, fica a questão: “É dessa forma que os pregadores do Antigo e do Novo Testamento pregavam?”. Se resumirmos a pregação de Noé, Moisés, Elias, Isaías, Jonas, Paulo, Pedro etc., na Bíblia, é esse o tipo de mensagem que encontraremos? Eu acho que não. Certamente os palestrantes motivacionais pegam algumas palavras emprestadas, mas emprestar as palavras de alguém não é dizer o mesmo que essa pessoa diz. “Um texto sem contexto é pretexto”.

Minha principal discordância com o discurso motivacional é que reduz Deus a um meio ao invés de o fim. Homens e mulheres não são capazes de perceber que a natureza do pecado se encontra no “eu”. O discurso motivacional, por outro lado, alimenta esse mesmo ego e aponta para Deus como aquele que pode mimá-lo a ponto de intoxicar-se. Isso é uma mentira! É somente Deus quem deve ser o centro de nossas vidas. O cristianismo exige a morte do ego, carregar a sua própria cruz, seguir um Salvador sofredor.
Sempre que ouço o discurso motivacional, parece que ouço a mensagem “Paz, paz” onde não há paz. Me parece um médico assegurando a um paciente com câncer terminal nos estágios finais de que ele não precisa se preocupar porque tudo ficará bem se ele apenas acreditar em si mesmo. Ele está morrendo, avise-o! É o cúmulo da insinceridade um pregador saber que o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23) e fazer aqueles que caminham para o matadouro apenas sentirem-se bem.
O discurso motivacional faz as pessoas sentirem-se bem, enquanto o Evangelho faz primeiro as pessoas sentirem-se mal – até que elas encontrem seu tudo em Cristo. A verdadeira pregação deve fazer as pessoas encararem o fato de que estão vivendo em rebelião contra Deus e que precisam arrepender-se ou perecerão. É somente quando as pessoas reconhecem isso e clamam “O que devemos fazer para sermos salvos?” (At 2.37, 16.30) que a verdadeira pregação as dá boas notícias: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13).
O discurso motivacional é um tentativa de matar um leão ameaçador com uma pequena zarabatana de feijão, usando como munição feijões recentemente cozinhados, preparados com os temperos mais aromáticos. O cheiro pode até atrair o alvo, mas será inútil para derrubar aquela fera selvagem. Homens e mulheres fora de Cristo estão MORTOS em transgressões e pecados. Estimular seus sentidos com frases de efeito banais não lhes dará vida. Eles precisam da Lei para matar seus egos caídos e do Evangelho de Jesus Cristo para receber vida.
Eu sei que o discurso motivacional está enchendo nossas igrejas até que elas pareçam com estádios de futebol. Em um mundo de miséria e melancolia, todos nós precisamos de algum encorajamento. Mas isso é tudo para o que fomos chamados como pregadores? Quem bem há se homens se sentem inspirados e motivados, e então voltam para casa vivendo uma vida de pecado e egoísmo? Infelizmente, essa é a norma em muitas igrejas evangélicas. As igrejas estão lotadas de pessoas determinadas a beber o pecado como água por toda a semana.
Discurso motivacional não é pregação bíblica. É uma praga na paisagem do verdadeiro evangelicalismo. Está enchendo as igrejas com pessoas mortas que estão sendo ensinadas a viver como se estivessem vivas. Precisamos retornar ao bom e velho Evangelho que verdadeiramente dá vida aos mortos e liberta homens e mulheres. Como Paulo fazia, cada púlpito verdadeiramente evangélico deve soar a clara mensagem do “arrependimento para com Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (Atos 20.21). Fujamos dessa maldição do discurso motivacional!
Traduzido por Josaías Jr 
Fonte: iPródigo.com 

10 de junho de 2012

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?



Por Augustus Nicodemus

Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.
Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.
- Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele.
- Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
- Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
- Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
- Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
- Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
- Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo.
- Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco.
- Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
- Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
- Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.
- Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde.
A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia…


Via: Pulpito Cristão