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27 de julho de 2011

Ponderando sobre a hora mais negra da Noruega




Por Tim Charllies


A Noruega experimentou um pesadelo – 3 horas de terror abjeto. Na tarde de sexta, aproximadamente às 15h30, Anders Behring Breivik, 32 anos, explodiu uma bomba fora dos prédios do governo, matando pelo menos sete pessoas. Quando a bomba explodiu, ele estava a caminho da ilha de Utoya, aproximandamente 32 quilômetros de Oslo, no local de um acampamento da juventude dirigido por um partido político. Vestido com um uniforme de polícia, ele pediu para abordar o grupo (havia 700 pessoas no acampamento) antes de abrir fogo contra eles. Ele matou pelo menos 86, atirando neles a sangue frio. Às 18h30, Breivik estava sob custódia policial, tendo tirado quase 100 vidas em 3 horas. Enquanto isso, os olhos de todo o mundo voltaram-se para a Noruega e milhões se perguntavam quem faria algo assim, e por quê.

Dentro de horas, as manchetes proclamavam que foi o trabalho de um cristão fundamentalista ou extremista. The Atlantic estampou sua chamada no site: “Cristão extremista é suspeito do massacre da Noruega”. O Washington Post afirmou: “’O que sabemos é que ele é de direita e é um cristão fundamentalista’, disse o chefe de polícia Roger Andresen em uma coletiva de imprensa. ‘Nós não conseguimos ligá-lo a um um grupo anti-islâmico’. Ele disse que o suspeito não tinha sido preso antes e que a polícia não tinha certeza de que ele agiu sozinho”.

Isso foi obra de um cristão? Esse terrorismo foi consistente com alguém que diz ser um seguidor de Cristo? Muitos acreditam que sim.

A declaração de que Breivik é cristão parece ter vindo de seu perfil no Facebook, onde ele se declara como “cristão” e “conservador”. Isso foi o bastante para muitos e especialmente para aqueles que têm uma agenda anticristã. Frank Schaeffer¹ imediatamente apareceu online e disse: “Eu avisei!”, escrevendo em seu blog, “Em meu novo livro ‘Sex, Mom e God’ [Sexo, Mamãe e Deus], eu previ isso. Previ que cristãos de direita iriam iniciar o terrorismo aqui na América também. Previ que eles copiariam extremistas islâmicos, e que eventualmente poderiam ter uma causa em comum com eles”. Carl Trueman vai direto ao ponto quando diz:


Se um homem não hesita em usar a vida sexual dos pais para fazer graça e vender um pouco de livros, não seria surpresa se ele visse os eventos na Noruega como uma grande oportunidade de exaltar seus insights proféticos, tentando empurrar algumas cópias a mais de seu livro mais recente e demonstrando que a Esquerda pode ser tão tênue em lógica, evidências e argumentação quanto Glenn Beck² (quem mais teria pensado que há um link entre Tim Keller, Bill Edgar e o terrorismo religioso?). Sim, você adivinhou, Frank Schaeffer conseguiu de novo. Isso só mostra que tudo tem um lado bom. Se você for egoísta o bastante, é claro.


Como nós, como cristãos, entendemos esse evento? Como pensar sobre a mídia afirmando que isso é obra de um cristão?

Antes de começarmos, devemos estar em oração por aqueles que foram profundamente afetados pelos atos terroristas de Breivik. Uma nação inteira ficou em choque; milhares estão de luto, por ter um amigo ou um parente assassinado. Como cristãos, sabemos onde a esperança está e sabemos que somente o Senhor pode trazer esperança e cura verdadeiras e duradouras. E assim, choremos com os que choram, orando pelo povo da Noruega, pedindo que o Senhor traga conforto.

No restante desse artigo, quero simplesmente traçar meus próprios pensamentos sobre esse homem e sobre aqueles eventos. Aqui está o que pensei sobre isso.

Um Cristão?

Quando comecei a ouvir as notícias e que isso foi obra de um cristão, minha primeira impressão é que Breivik foi proclamado cristão não porque ele é alguém que parecia crer na Bíblia, um cristão evangélico, ou algo do tipo. Minha primeira impressão é que ele foi chamado de cristão porque o mundo não chegou imediatamente à conclusão de que ele era muçulmano. Tenho certeza que a maioria das pessoas, quando souberam da explosão, pensou consigo mesmo “Lá vamos nós de novo”. E, de fato, um artigo do Washington Post declarou exatamente isso.

Para muitas pessoas, seja na Europa secular ou no Bible Belt dos EUA, “cristão” refere-se mais a nascimento, família ou nacionalidade que a alguma realidade espiritual, interna. O que quero dizer é que não acho que as pessoas estejam necessariamente dizendo: “Este é um homem que ama Jesus e procura viver de uma forma que honre a Deus” tanto quanto estão proclamando “Isso não foi terror islâmico”. Em certo sentido, a declaração positiva “Ele é cristão” era uma declaração negativa – “Não foram os muçulmanos!”.

Não há um gatekeeper

A fé cristã não tem um gatekeeper³. Não há alguém ou um governo que declara quem pode e quem não pode se chamar de cristão. Qualquer um pode se declarar cristão. Sempre tem sido assim e sempre será. Isso significa que qualquer coisa pode ser feita em nome de Cristo – mesmo aquelas coisas que são tão obviamente opostas a tudo o que Cristo ensinou. Temos de aceitar essa realidade e não nos envergonhar disso.

Talvez isso nos leve a perguntar se nós representamos Cristo e sua causa. Nossos atos deixam um legado distintamente cristão para trás? Vivemos da maneira que Cristo nos ensinou a viver? Embora nunca cometamos um ato de terror assim, nós, também, declaramos uma aliança com Cristo e então agimos de formas que causam desprezo a seu nome. Tomar o nome de Cristo para si ao chamar-se de cristão é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade.

Cuidado com rótulos fáceis

Esse pequeno mundo digital nos dá a capacidade de fácil e rapidamente rotular a nós mesmos e aos outros. Embora esses rótulos possam significar muito pouco, tendemos a agir como se eles fossem genuínos, sinceros e significantes. Todas as agências de notícias descobriam o Facebook de Breivik onde ele se rotula como “cristão”. Uma vez que descobriram isso, se aprofundaram pouco mais. Era isso que procuravam. Eles o proclamaram cristão, mas se esforçaram pouco para entender o que isso realmente significava ou como ele realmente vivia. Como Ed Stetzer mostrou, se tivessem procurado um pouco mais, teriam visto que ele odeia o Protestantismo (logo, ele é um cristão fundamentalista que odeia o protestantismo) e crê que a igreja protestante precisa voltar ao catolicismo. Eles também teriam visto que ele ama a série True Blood (algo difícil de conciliar com conservadorismo religioso) e tem conexões com a maçonaria. Embora ele usasse o rótulo “cristão”, não parece viver como qualquer cristão conservador que eu conheça.

É digno de atenção que existem muitas outras maneiras que a imprensa poderia ter descrito. “Fazendeiro de frutas orgânicas”, “ativista político”, “maçom”. Apenas pense nisso um pouco. Por que assume-se imediatamente que as visões religiosas são a motivação?

O Mundo nos Odeia

Há um movimento pronto para pintar o cristãos como uma ameaça iminente e violenta. Um dos grandes sucessos do Novo Ateísmo tem sido convencer pessoas de que a Bíblia carrega as raízes desse tipo de extremismo violento. Procura-se convencer as pessoas de que a religião em si mesma é violenta e ninguém deveria se surpreender quando alguém que acredita em Deus torna-se violento.

Aqueles cujos corações foram transformados pelo Senhor sabem que isso simplesmente não é verdade. Enquanto sabemos que o pecado está dentro de nós, também sabemos que o Senhor nos chama a viver pacificamente com todos e a crescer no desejo de mostrar um caráter semelhante a Cristo. Nosso testemunho ao mundo é de amor. Jesus ensinou a seus discípulos: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.

Jesus nos ensina a oferecer ao mundo um testemunho de amor. Mas ele também sabia que isso não convenceria a todos. Longe disso. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia”. A lógica é a seguinte: As pessoas odeiam Cristo; portanto as pessoas odeiam aqueles que amam a Cristo e que procuram ser como ele. As pessoas tentarão expressar esse ódio ao injustamente associar os verdadeiros cristãos com aqueles que não se parecem em nada com cristãos. Em certo nível, então, as pessoas desejam ver Cristo em Anders Behring Breivik porque lhes dá uma oportunidade de aumentar sua rebelião contra o Deus que elas temem e o Salvador que elas odeiam.

Não se ofenda quando os cristãos são retratados injustamente. Não se surpreenda. O mundo odiou Cristo e o mundo odiará aqueles que seguem a Cristo, que agem como Cristo. O mundo retratou Cristo de maneira falsa e fará o mesmo com aqueles que o seguem. Nossa tarefa é viver da maneira que Cristo nos ensinou a viver; os resultados deixamos para sua boa e soberana vontade. Não se surpreenda quando você for colocado no mesmo grupo que Anders Behring Breivik ou Timothy McVeigh. Mas espere que esse tipo de evento será usado contras nós e será usado para restringir nossa liberdade de culto.

Não se ofenda quando cristãos são retratados injustamente. O mundo odiou Cristo e odiará aqueles que seguem a Cristo.



¹ Filho de Francis Schaeffer que, infelizmente, abandonou a ortodoxia e o legado dos pais. (N.T.)
² Conservador norte-americano, escritor, jornalista e comentarista de TV (N.T.)
³ Literalmente, guarda do portão. É um termo usado em diversas áreas de conhecimento, como comunicação e computação. Refere-se a algo ou alguém que barra informações, dados, o que vira notícia, quem é parte de alguma coisa, etc. (N.T.)

Traduzido por Josaías Jr .

Fonte: iPródigo

18 de julho de 2011

Maternidade é um chamado


Por Rachel Jankovic


… e onde seus filhos se encaixam nisso

Alguns anos atrás, quando eu tinha apenas quatro filhos (N.T.: Rachel tem cinco filhos atualmente) e o mais velho tinha apenas três anos, eu os arrumei para uma caminhada. Quando a última fralda foi finalmente guardada e estávamos prontos pra sair, a minha filha de dois anos virou pra mim e disse: “uau, você está bem ocupada!”.

Ela poderia muito bem ter dito algo como “Você sabia que existe preservativo?” ou “Eles são todos seus?!”.

Aonde quer que você vá, as pessoas querem falar sobre seus filhos. Por que você não deveria tê-los, como você poderia ter se prevenido, e por que elas nunca fariam o que você fez. Elas querem se certificar que você sabe que não estará mais sorrindo quando eles forem adolescentes. E tudo isso na fila do mercado, enquanto seus filhos estão escutando.

Um trabalho ingrato?

A verdade é que, anos atrás, antes mesmo que essa geração de mães houvesse nascido, nossa sociedade decidiu onde as crianças se encontram na lista de coisas importantes. Quando o aborto foi legalizado (N.T.: nos EUA), nós escrevemos essa decisão na constituição.

As crianças estão muito abaixo da faculdade nessa lista. Certamente, abaixo das viagens ao exterior para conhecer o mundo. Abaixo das noites de sair para se divertir. Abaixo de esculpir seu corpo na academia. Abaixo que qualquer emprego que você tenha ou espere ter. Na verdade, as crianças estão abaixo de simplesmente sentar e cortar as unhas, se é isso que você quer fazer. Abaixo de qualquer coisa. Filhos são a última coisa que você jamais deveria gastar seu tempo.

Se você cresceu nessa cultura, é muito difícil ter uma perspectiva bíblica da maternidade e pensar como uma mulher cristã livre sobre sua vida e seus filhos. Quando vezes não demos ouvido à verdades parciais e meia mentiras? Será que acreditamos que querermos filhos porque há algum tipo de inclinação biológica, ou o “instinto materno”? Será que realmente desejamos isso tudo só por causa das roupinhas minúsculas e as fotos fofinhas? Será a maternidade um trabalho ingrato feito para aquelas que não são capazes de ir além, ou aquelas satisfeitas com qualquer atribuição? Se sim, onde é que estávamos com a nossa cabeça?

Não é um hobby

Maternidade não é um hobby, é um chamado. Você não coleciona crianças porque você acha que são mais bonitinhas que figurinhas. Não é algo para fazer se você conseguir encaixar na agenda e achar tempo. Foi para isso que Deus te deu seu tempo.

Maternidade não é um hobby, é um chamado. Você não coleciona filhos porque você os acha mais bonitinhos que figurinhas.

Mães cristãs carregam seus filhos em um território hostil. Quando você está em público com eles, você está acompanhando e defendendo objetos de desdém cultural. Você está afirmando publicamente que valoriza o que Deus valoriza e que você se recusa a valorizar o que o mundo valoriza. Você se coloca à frente dos indefensáveis e dos necessitados. Você representa tudo o que a sua cultura odeia, porque você representa o entregar de sua vida por outra – e entregar sua vida por outra representa o evangelho.

Nossa cultura simplesmente tem medo da morte. Entregar sua vida, de qualquer forma, é aterrorizante. Curiosamente, é esse medo que impulsiona a indústria do aborto: o medo de que seus sonhos vão morrer, seu futuro morrerá, sua liberdade morrerá – e a tentativa de escapar essas mortes é correr para os braços da morte.

Corra para a cruz

Um cristão deve ter um paradigma diferente. Nós devemos correr para a cruz. Para a morte. Então entregue suas esperanças. Entregue seu futuro. Entregue suas coisas pequenas da vida. Entregue seu desejo de ser reconhecida. Entregue sua impaciência com suas crianças. Entregue sua casa perfeitamente limpa. Entregue seus arrependimentos quanto à vida que você está vivendo. Entregue a vida imaginária que você poderia estar vivendo sozinha. Entregue.

Morrer para si mesmo não é o final da história. Nós, de todas as pessoas, deveríamos saber o que vem após a morte. A vida cristã é uma vida de ressurreição, uma vida que não pode ser contida pela morte, o tipo de vida que só é possível quando você foi à cruz e voltou.

A bíblia é clara quanto ao valor das crianças. Jesus as amou, e somos ordenados a amá-las e a trazê-las aos cuidados do Senhor. Devemos imitar Deus e nos deleitar em nossos filhos.

A questão é “como”

A questão aqui não se você está representando o evangelho ou não, é como você está representando. Você tem entregado sua vida aos seus filhos com rancor? Você contabiliza cada coisa que faz por eles como um agiota que contabiliza débitos? Ou você proporciona vida a eles da forma que Deus nos deu a nossa – gratuitamente?

Não basta fingir. Você pode até enganar algumas pessoas. Aquela pessoa na fila da loja talvez acredite quando você esboça um sorriso falto, mas suas crianças não. Eles sabem exatamente onde eles estão perante você. Eles sabem quais coisas você valoriza mais que eles. Eles sabem cada coisa que você guarda contra eles. Eles sabem que você fingiu uma resposta simpática àquela mulher apenas para ameaçar ou gritar com eles no carro.

Filhos sabem a diferença entre uma mãe que está fingindo para um estranho e uma mãe que defende suas vidas e o seu valor com sorrisos, amor e completa lealdade.

Ocupada com coisas boas

Quando minha pequenina me disse “você está bem ocupada!”, eu já estava grata por saber que ela já sabia qual seria a minha resposta. Era a mesma que eu sempre dava” “Sim, estou – ocupada com coisas muito boas!”.

Viva o evangelho nas coisas que ninguém vê. Sacrifique-se por seus filhos em situações que apenas eles saberão. Valorize-os acima de si mesma. Eduque-os no ambiente do evangelho. Seu testemunho do evangelho nos pequenos detalhes de sua vida tem mais valor do que você imagina. Se você ensiná-los sobre o evangelho, mas viver para si mesma, eles nunca acreditarão nele. Entregue sua vida por eles diariamente, com alegria. Entregue os aborrecimentos. Entregue a impaciência. Entregue sua raiva pela louça suja, pela máquina de lavar roupa, por como ninguém sabe o quão duro você trabalha.

Pare de agarrar-se a si mesma e agarre-se à cruz. Há mais alegria e mais vida e mais felicidade do ouro lado da morte do que você é capaz de carregar sozinha.


Traduzido por Filipe Schulz

Fonte: iPródigo

5 de julho de 2011

A Santidade de Deus




Fonte:iPródigo

Dez Lições que Aprendi de meu Pai



Honrando meus pais em seu oitenta anos

John Piper

Quando meu pai me convidou para falar em seu banquete de “não aposentar-se” (embora estivesse se aposentando, perante a lei) aos oitenta anos de idade, eu não tive de orar sobre o assunto. Não havia dúvidas quanto à vontade do Senhor. Um filho sempre dirá “sim” e honrará seu pai. Contei aos convidados que diria estas palavras no funeral de meu pai, mas que era uma grande honra e alegria poder dizê-las na presença dele. Agora estou publicando-as, para que outros as leiam, quando ele ainda está vivo e serve no ministério. Que esta honra se propague. Deus tem sido gracioso para comigo.

1. Quando as coisas não acontecem do modo desejado, Deus sempre as faz concorrer para o bem.

Em nosso lar, Romanos 8.28 era tão proeminente como João 3.16. Eu o aprendi dos lábios de meu pai: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Isso se tornou o alicerce de minha vida. É assim que Deus é. A vida é árdua. Deus é soberano. Deus é bom.

2. Podemos confiar em Deus.

Meu pai nunca murmurou ante as providências de Deus, nem mesmo quando Ele levou mamãe aos cinqüenta e cinco anos de idade. Foi uma perda imensa. A tristeza foi demorada. Mas nunca duvidamos de Deus. “Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem?” (Salmos 56.11).

3. As pessoas estão perdidas e precisam ser salvas por meio da fé em Jesus.

Meu pai era um evangelista. A sua ausência de casa, em viagens evangelísticas, durante quase um terço de minha vida, incutiu-me uma mensagem primordial: o inferno é real e terrível, e Jesus é um grande Salvador. Mamãe sempre sugeriu que a ausência de papai era um privilégio glorioso que tínhamos de apoiar. Naquela época, nunca pensei em ressentir-me de sua necessidade de ausentar-se, como não o penso até hoje.

4. A vida é precária e preciosa. Não presuma que certamente amanhã você estará vivo. Não desperdice a sua vida hoje.

“Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9.27). Ouvi meu pai dizer estas palavras muitas vezes, enquanto pregava. Eram palavras ameaçadoras e, ao mesmo tempo, boas para mim. “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz” (Provérbios 27.1). Papai sabia — por isso, eu também sabia — muitas histórias de jovens que haviam sido mortos antes de estarem prontos para se encontrarem com Deus. O mundo era um lugar muito sério onde cresceríamos.

5. Um coração feliz é como um remédio excelente, e Cristo é Aquele que satisfaz o coração.

Meu pai era e continua sendo o homem mais feliz que já conheci. Em um sermão intitulado “Salvo, Seguro e Satisfeito”, ele disse: “Ele é Deus. Quando confiamos nEle, temos o próprio Deus e tudo o que Ele possui. Não podemos ser nada além de pessoas satisfeitas com a perfeita plenitude de Cristo”. No que diz respeito ao amor pelas coisas espirituais, nosso lar foi o mais feliz que já conheci

6. Um crente é um grande realizador, e não um grande proibidor.

Éramos fundamentalistas — procurando viver sem arrogância. E tínhamos nossa lista de coisas proibidas. Mas isso não era o mais importante. Deus era o mais importante. E Deus era digno de tudo.

7. A vida cristã é sobrenatural.

O viver cristão não é possível sem o Espírito Santo, que age em resposta à oração. Em minha memória não há uma noite em que minha família não orou reunida, à medida que crescíamos.

8. A doutrina bíblica é importante, mas não surre as pessoas com essa doutrina.

Papai lamentava pelas escolas e pessoas da família que dividiam aquilo que a Bíblia mantém junto: Falar “a verdade em amor” (Efésios 4.15). Verdade e amor. Esta é uma ótima união. Mantenha-os juntos, filho.

9. Respeite sua mãe.

Se quiséssemos ver papai irado, era só falarmos insolentemente com mamãe. “Honre a sua mãe” é o que Deus ordena. E papai sabia o preço que ela pagava por concordar que ele viajasse. Ai do filho que falasse uma palavra depreciadora desta grande mulher!

10. Seja aquilo para o que Deus o criou, não seja outra pessoa.

Se você é baixo, forme um time chamado “Batatinhas Difíceis de Descascar”. Ele nunca me pressionou a ser um pastor. Filho, busque a vontade de Deus acima de todas as coisas. E seja aquilo para o que Deus o criou.

Escrevo com profunda afeição. Muito obrigado, papai!



Fonte: Voltemos ao Evangelho