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26 de abril de 2012

Por que a idolatria era (e ainda é) atrativa.



Por Kevin DeYoung
Muitos ocidentais têm dificuldade para entender a atração da idolatria no mundo antigo. O que poderia haver de tão atraente em um pedaço inanimado de madeira ou um bloco de pedra? Idolatria extrema parece tão tentadora quanto suco de beterraba. É possível encontrar alguém por aí que ame um copo viscoso de extrato de vegetal, mas essa tentação não é algo que pese demais em nossos corações.
Mas a idolatria fazia muito sentido no mundo antigo. E se houvéssemos vivido há dois ou três milênios, é quase certo que fosse muito tentadora a todos nós. Em seu comentário sobre Êxodo, Doug Stuart explica a atração da idolatria em nove pontos. Você provavelmente vai querer guardar essa lista para futuros sermões ou estudos bíblicos.
1. A idolatria era garantida. A fórmula era simples. Entalhe um deus de madeira ou pedra e o deus entraria na estátua. Agora que você tem um deus perto de você, você pode conseguir a atenção dele (ou dela) rapidamente. Seus encantamentos, juramentos e oferendas sempre serão notados.
2. A idolatria era egoísta. Uma mão lava a outra, você agrada os deuses e eles te agradam. Eles querem comida e sacrifícios; você quer bênçãos. Faça o que for preciso e eles estarão obrigados a te agradarem.
3. A idolatria era fácil. A idolatria primitiva encorajava as atividades religiosas vazias. Faça o que quiser com sua vida. Desde que você apareça regularmente com seus sacrifícios, tudo está bem.
4. A idolatria era conveniente. Não era difícil encontrar novos deuses no mundo antigo. Eles eram muito acessíveis. As estátuas podem ficar em casa ou serem carregadas pra onde você for.
5. A idolatria era normal. Todo mundo fazia. Era assim que as mulheres engravidavam, as colheitas cresciam, os exércitos conquistavam. A idolatria era como energia elétrica: nada do mundo antigo funcionava sem ela.
6. A idolatria era lógica. As nações são diferentes. As pessoas são diferentes. Suas necessidades e desejos são diferentes. Obviamente, deve haver divindades diferentes para cada gosto. Como um deus só poderia cobrir todos os aspectos da vida? Você não come sempre no mesmo restaurante, não é mesmo? Quanto mais opções, melhor. Cada um pode estar certo em algum ponto.
7. A idolatria era agradável aos sentidos. Se você quer ser especialmente religioso, é de grande ajuda poder ver o seu deus. É difícil impressionar as pessoas com um deus invisível.
8. A idolatria era indulgente. Os sacrifícios aos deuses nem sempre requeriam sacrifícios do adorador. Você poderia comer as sobras da comida ou beber o resto da bebida. A generosidade aos deuses faz sobrar mais pra você.
9. A idolatria era sensual. Todo o sistema era marcado por erotismo. Rituais se tornavam orgias. Sexo na terra muitas significaria sexo no céu, e sexo no céu significava muita chuva, grandes colheitas e multiplicação dos herdeiros.
Você consegue enxergar a atração da idolatria? “Vejamos, eu quero uma espiritualidade que me dê muito, me custe pouco, seja fácil de ver, fácil de fazer, tenha poucos limites éticos ou doutrinários, me garanta sucesso, me faça me sentir bem e não ofenda aqueles próximos de mim”. Isso fala muito. Queremos hoje as mesmas coisas que eles queriam. A diferença é que vamos atrás de formas diferentes. Nós queremos uma fé que nos faça conseguir as coisas e alcançar o sucesso (teologia da prosperidade). Queremos um discipulado que seja conveniente (igreja virtual). Queremos uma religião cheia de rituais (cristianismo nominal). Ou uma espiritualidade que encoraje a expressão sexual de qualquer forma (LGBTS). Todos nós queremos seguir a Deus de uma forma que faça sentido para os outros, nos faça sentir bem e seja fácil de enxergar e de entender. Desde o Éden até os postes de Aserá e os banquetes romanos, a idolatria foi a grande tentação ao povo de Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
E uma olhada ao seu redor, e para dentro de si mesmo, lhe dirá que ainda é.

Traduzido por Filipe Schulz 
Fonte:  iPródigo.com