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8 de novembro de 2009

A Constância da Fé


por João Calvino



Porque todos os povos andam, cada um em nome do seu deus; mas, quanto a nós, andaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus, para todo o sempre. Mq 4.2

Depois de falar da restauração da Igreja, Miqueias agora ratifica a mesma verdade e mostra que os fiéis têm razão de sobra para se apegarem ao seu Deus, para desprezarem todas as superstições do mundo e, apesar de serem lançados para aqui e para lá pelas opiniões contrárias, ainda assim persistirem na verdadeira piedade. Esse versículo, portanto, está ligado ao reino de Cristo, pois até que sejamos congregados e Cristo resplandeça entre nós e nos governe pela sua palavra, é possível não haver em nós nenhuma constância nem firmeza. Mas quando sob os auspícios de Cristo nos reunimos em um corpo, a Igreja, a constância da nossa fé torna-se tal que nada nos pode desviar da nossa carreira, ainda que caiam novas e súbitas tempestades e o mundo inteiro seja abalado por elas, e ainda que aconteça de o universo se acabar.


Essa passagem mostra-nos que a fé não depende do consentimento dos homens e que não devemos prestar atenção ao que qualquer um pensa nem ao que todos aprovam, pois, para nós, somente a verdade de Deus deve ser considerada suficiente. Por mais que o mundo inteiro se oponha a Deus, a nossa fé não deve mudar, mas permanecer firme sobre este fundamento: quem falou foi o Deus que não pode mentir.


Oração

Concede, ó Deus onipotente, uma vez que fomos reunidos sob o governo do teu Filho no corpo da tua Igreja, tantas vezes dispersada e despedaçada, — ó concede que continuemos na unidade da fé e lutemos perseverantemente contra todas as tentações deste mundo, sem jamais nos desviarmos da reta carreira, sejam quais forem as tribulações que diariamente se levantem; e apesar de estarmos expostos a muitas mortes, não permitas que sejamos dominados pelo medo, para que não se extinga em nós toda a esperança; mas, pelo contrário, que aprendamos a erguer nossos olhos, mente e pensamentos todos para o teu grande poder, pelo qual ressuscitas os mortos e ergues do nada as coisas que não são, de tal modo que, embora estando diariamente expostos à ruína, nossas almas anelem sempre pela salvação eterna, até que finalmente te reveles como a verdadeira fonte de vida, quando haveremos de gozar da felicidade infindável, obtida para nós pelo sangue do teu Filho unigênito, nosso Senhor. Amém.


Fonte: Monergismo

Devotions and prayers of John Calvin, 52 one-page devotions with selected payers on facing pages. Org. Charles E. Edwards. Old Paths Gospel Press. S/d. Pags. 62 e 63. Tradução: Marcos Vasconcelos, novembro/2009.

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