Pages

9 de novembro de 2009

Princípio Desregulador do Culto.



Por Raniere Menezes


Os dias em que vivemos são dias maus para a Igreja. Estamos, de forma generalizada, correndo a passos largos no culto que desagrada a Deus e satisfaz o coração do homem. As emoções e o pragmatismo teatral e administrativo tomaram conta das igrejas. A comunhão dos santos nos dias de hoje, mais do que nunca está transformada num grande “buffet” gospel.

As igrejas são, na sua maioria, salões festivos, convidativos, iluminados, ornamentados, enfim, os esforços criativos das lideranças evangélicas para atrair as pessoas aos templos são imensuráveis. O entusiasmo, o fanatismo e o marketing mundano imperam. A ordem do dia é inovar, enquanto o preceito bíblico é ser fiel às Escrituras.

O Sola Scriptura está cada vez mais diluído em coquetéis pragmáticos e mundanos na grande festa de babel das igrejas modernas. Os oficiais eclesiásticos quando deveriam ser os guardiões da Palavra se transformaram em efeminados recepcionistas do grande “buffet” gospel . Em lugar da grande comissão evangélica há comitivas organizadoras do bem-estar dos convidados.

Os ministros quando deveriam defender a verdade e alimentar o rebanho focalizam suas forças em ministérios chamados “levíticos”, tornando-se ótimos anfitriões de “talk-show” (convenhamos, eles sabem animar a festa!).
As esposas dos pastores, em grande parte, são uma espécie de líderes de Rotary Clubs ou Lions, isso dentro das sociedades “eternas”, ou melhor, “internas” da igreja, influenciando ativamente as participações da liturgia do culto.
O que dizer dos jovens e adolescentes? Amantes das luzes, da fumaça, do barulho, das festas, do exibicionismo e do entusiasmo, não sabem discernir verdades de heresias, fidelidade doutrinária de apostasia, ovelhas de lobos. Fala-se muito em adoração, mas será adoração em espírito e em verdade?


Como não poderia deixar de ser, o cardápio do grande bufê gospel não poderia ser outro: carne. A carnalidade impera no lugar dos elementos fundamentais do culto público e solene. E por se tratar de um bufê popular, a carne servida nesta festa não é nem um pouco nobre, mas tão-somente carne apodrecida. Um culto que é centrado no homem; que valoriza o porco sacrificado no altar; que apela à concupiscência da carne NUNCA poderá ser um aroma suave a Deus.
O SENHOR abomina um culto prestado a Ele que não esteja regulado por Ele mesmo nas Escrituras. Talvez eu esteja sendo muito ameno em fazer uma analogia dos cultos evangélicos de hoje com um bufê, que Deus me perdoe o eufemismo.
Hanko diz: “[a falta de temor a Deus] é que, em grande medida, explica o baixo padrão de moral, a mundanidade e a carnalidade, a loucura do prazer e a perversão ética, que caracterizam os nossos tempos”.

Somos protestantes imprestáveis que não mais protestam. Ministérios pusilânimes, morais e teologicamente fracos! Quando deveríamos ser guiados pela verdade e santidade de Deus, estamos sendo conduzidos e regulados por tecnocratas do diabo. Não podemos negar que a nossa adoração pública perdeu o senso da santidade de Deus. Em grande parte, o que importa hoje é o bem-estar dos adoradores não do Adorado. “Não importa se o nosso coração é hipócrita, se nossa mente é incrédula, se a consciência está enlameada e se as nossas mãos estão sujas de corrupção”, pensam os adoradores modernos. O Adorado está sendo “amoldado” aos adoradores. Os preceitos de Deus não estão sendo respeitados. Onde está a reverência ao Deus santo e majestoso?

Até quando a adoração ficará desregulada? Podemos dizer que até o dia em que os adoradores conhecerem na prática o Fogo Consumidor – Hb 12.28,29 -. Isto é óbvio, ou a igreja irá resgatar a reverência e o santo temor devido a Deus, ou sentirá na pele que os cultos prestados hoje em dia, em sua maioria, desagradam o Adorado.

Heber Campos diz que “a perda da reverência e do santo temor é patente nos movimentos modernos de liturgia. Muitos adoradores não têm em sua adoração o senso de santa reverência por aquele a quem adoram”. Podemos concluir dizendo que as inovações litúrgicas são tão cheias de irreverência e criatividade que perdem em solenidade até para as reuniões seculares. Os adoradores profanos e blasfemos estão tratando Deus como se Ele fosse um mero mortal como eles. Precisamos urgentemente reformar a liturgia do culto público, precisamos resgatar com coragem princípios que verdadeiramente regulem o culto ao Santo Deus, a fim de que não sejamos consumidos pelo Fogo Consumidor.

Fonte: Monergismo

Nenhum comentário:

Postar um comentário