Existem alguns crentes professos que falam sobre si mesmos em termos de admiração. Todavia, em meu íntimo, detesto mais e mais esses discursos, a cada dia que eu vivo. Aqueles que falam dessa maneira arrogante devem possuir uma natureza muito diferente da minha. Enquanto eles estão congratulando a si mesmos, tenho de me prostrar aos pés da cruz de Cristo e admirar-me de que estou salvo, pois sei que fui salvo. Tenho de admirar-me de não crer mais profundamente em Cristo e de que sou privilegiado por crer nEle. Tenho de admirar-me de não amá-Lo mais profundamente, mas igualmente devo admirar-me até de que O amo de alguma maneira. Devo admirar-me de não possuir mais santidade e admirar- me, igualmente, de que eu tenho algum desejo de ser santo, levando em conta quão corrompida, degenerada e depravada natureza eu ainda encontro em minha alma, apesar de tudo o que a graça de Deus tem feito em mim. Se Deus permitisse que as fontes do grande abismo da depravação se rompessem nos melhores homens que vivem neste mundo, eles se tornariam demônios tão maus como o próprio diabo. Não me importo com o que dizem esses vangloriosos a respeito de suas próprias perfeições. Estou certo de que eles não conhecem a si mesmos; se conhecessem, não falariam como freqüentemente o fazem. Mesmo no crente que está mais próximo do céu existe combustível suficiente para acender outro inferno, se Deus tão somente permitisse que uma chama caísse sobre ele. Alguns crentes parecem que nunca descobrem isto. Eu quase desejo que eles nunca o descubram, pois esta é uma descoberta dolorosa para qualquer um fazer; mas ela tem o efeito benéfico de fazer que paremos de confiar em nós mesmos e de nos levar a nos gloriarmos somente no Senhor.
Charles H. Spurgeon
Fonte: Marcados para Impactar
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