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10 de junho de 2010

Evangelho Terapêutico

Por Mark Driscoll

A igreja contemporânea geralmente proclama um evangelho de auto-satisfação. Este evangelho foi influenciado pelo psicólogo não-cristão Abraham Maslow e sua hierarquia de necessidades, na qual ele afirma que as pessoas se movem à partir de suas necessidades básicas de sobrevivência, até as necessidades superiores de auto-realização de seu potencial pleno, em busca de se fazer tudo o que desejam. O problema com a teoria de Maslow é simples, mas muito significativo: ele estabelece o ser humano como o seu próprio deus, em sua própria missão em busca da sua própria glória. Dentro deste quadro, não existo para Deus, mas, ao invés disso, Deus é que existe para mim. Por exemplo, se a oração do Pai Nosso fosse reescrita de acordo com as prioridades de Maslow, ficaria assim “Venha o meu reino, seja feita a minha vontade, porque meu é o reino, o poder e a glória”.

O evangelho da auto-satisfação da igreja contemporânea essencialmente aceita a hierarquia de Maslow e ensina que Deus existe para capacitar cada um de nós para realizar nosso potencial pleno. Assim, neste evangelho terapêutico, você usa Jesus para alcançar seus fins, que podem variar da saúde até a riqueza, contentamento emocional ou qualquer que seja a visão pessoal que você tenha para alcançar sua própria glória. Assim, o que impede a realização do nosso potencial pleno não é que sejamos pecadores, mas o fato de não nos amarmos o suficiente e não termos autoestima e pensamento positivo suficiente. Deus existe para nos adorar e o faz ao dizer o quanto somos adoráveis e valiosos. Neste evangelho, a cruz é um reflexo do meu grande valor, porque Deus me acha tão adorável e valioso, que está pronto a morrer por mim para que eu possa me amar, crer em mim mesmo e alcançar minha completa glória.

Este evangelho terapêutico é um falso evangelho e inimigo da missão por inúmeras razoes. Primeiro, ele não me convoca a amar a Deus e ao meu próximo, mas apenas a amar a mim mesmo. Segundo, ele não me chama para a missão de Deus, mas chama Deus para a minha missão. Terceiro, ele não me chama para ser parte da igreja servindo na missão de Deus, mas para usar a igreja para me tornar uma pessoa melhor. Quarto, ele não me chama a usar meu dom ou dons espirituais para edificar a igreja, mas para realizar meu potencial pleno. Quinto, ele pega o orgulho, que Santo Agostinho chama de mãe de todos os pecados, e o reapresenta como autoestima, a serva de todas as virtudes.

Via: Púlpito Crsitão

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